Guerra da Coreia
A Guerra da Coreia (1950-1953) foi um conflito militar que ocorreu na Península Coreana, envolvendo a Coreia do Norte e a Coreia do Sul, com o apoio de grandes potências globais. Este conflito foi um dos primeiros confrontos armados da Guerra Fria e teve consequências duradouras para a península e para as relações internacionais.
Contexto Histórico
- Divisão da Coreia:
- Após a Segunda Guerra Mundial e a derrota do Japão, que havia colonizado a Coreia desde 1910, a península coreana foi dividida em duas zonas de ocupação: o norte, sob influência soviética, e o sul, sob influência dos Estados Unidos. A divisão foi feita ao longo do paralelo 38º.
- Em 1948, duas nações separadas foram estabelecidas: a República Popular Democrática da Coreia (Coreia do Norte), liderada por Kim Il-sung e apoiada pela União Soviética, e a República da Coreia (Coreia do Sul), liderada por Syngman Rhee e apoiada pelos Estados Unidos.
- Tensões Pré-Guerra:
- Desde a divisão, havia tensões crescentes entre o norte comunista e o sul anticomunista. Ambos os governos alegavam ser o único governo legítimo da Coreia e aspiravam a reunificar a península sob seu controle.
Estopim da Guerra
- Invasão Norte-Coreana: Em 25 de junho de 1950, as forças norte-coreanas, com o apoio da União Soviética, cruzaram o paralelo 38º e invadiram a Coreia do Sul. A ofensiva foi rápida e as tropas norte-coreanas tomaram a capital sul-coreana, Seul, em poucas semanas.
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Intervenção Internacional
- Resposta da ONU:
- A invasão provocou uma resposta imediata das Nações Unidas. Sob a liderança dos Estados Unidos, uma coalizão internacional foi formada para apoiar a Coreia do Sul. Cerca de 21 países contribuíram com tropas ou assistência de outra forma.
- Contra-ataque da ONU:
- Em setembro de 1950, as forças da ONU, lideradas pelo General Douglas MacArthur, realizaram um desembarque anfíbio bem-sucedido em Incheon, que virou o jogo da guerra. As tropas da ONU avançaram rapidamente para o norte, capturando Pyongyang, a capital norte-coreana, e aproximando-se da fronteira com a China.
- Intervenção Chinesa:
- Em resposta ao avanço das tropas da ONU, a China comunista, sob a liderança de Mao Zedong, entrou na guerra em outubro de 1950. Centenas de milhares de “Voluntários do Povo Chinês” cruzaram o rio Yalu e empurraram as forças da ONU de volta para o sul.
Estagnação e Fim da Guerra
- Estagnação:
- Após o envolvimento chinês, a guerra entrou em uma fase de estagnação, com as linhas de frente estabilizando-se perto do paralelo 38º. Pesadas baixas ocorreram de ambos os lados, mas nenhum conseguiu obter uma vitória decisiva.
- Armistício:
- Em 27 de julho de 1953, um armistício foi assinado em Panmunjom. O acordo estabeleceu uma zona desmilitarizada (DMZ) ao longo do paralelo 38º, que ainda hoje divide as duas Coreias. No entanto, um tratado de paz formal nunca foi assinado, e tecnicamente, as duas Coreias continuam em estado de guerra.
Consequências
- Perdas Humanas: A guerra causou a morte de aproximadamente 2,5 milhões de pessoas, incluindo civis e militares.
- Impacto Geopolítico: A Guerra da Coreia solidificou a divisão da península coreana e intensificou a Guerra Fria, com a criação de duas Coreias fortemente militarizadas.
- Legado Contínuo: A DMZ ainda é uma das fronteiras mais fortemente fortificadas do mundo, e as relações entre as duas Coreias permanecem tensas até hoje, com episódios ocasionais de conflito e diálogo.
A Guerra da Coreia também destacou a capacidade das Nações Unidas de atuar em crises internacionais e a importância das alianças militares durante a Guerra Fria.
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