Guerra da Bósnia
A Guerra da Bósnia, ocorrida entre 1992 e 1995, foi um dos conflitos mais brutais na Europa após a Segunda Guerra Mundial. A guerra fez parte do desmembramento da Iugoslávia, uma federação socialista que se fragmentou no início da década de 1990, levando a uma série de guerras na região dos Bálcãs.
Contexto
A Bósnia e Herzegovina era uma das repúblicas da Iugoslávia e tinha uma população etnicamente diversa, composta por bósnios (muçulmanos), sérvios (cristãos ortodoxos) e croatas (cristãos católicos). Quando a Bósnia declarou sua independência em 1992, após referendos contestados, os sérvios da Bósnia, apoiados pela Sérvia, recusaram-se a aceitar essa decisão, o que levou ao início do conflito.
Principais Atores
- Sérvios da Bósnia: Liderados por Radovan Karadžić e apoiados pelo Exército Popular Iugoslavo (JNA) e pela Sérvia sob Slobodan Milošević. Seu objetivo era criar uma “Grande Sérvia” e garantir que as áreas de maioria sérvia na Bósnia fossem anexadas à Sérvia.
- Bósnios: Predominantemente muçulmanos, liderados por Alija Izetbegović, que lutavam pela independência e integridade territorial da Bósnia.
- Croatas da Bósnia: Inicialmente aliados dos bósnios, mas também buscavam anexar áreas de maioria croata à Croácia. Liderados por Franjo Tuđman, presidente da Croácia.
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O Conflito
A guerra foi caracterizada por massacres, limpeza étnica, e genocídio, o mais notório sendo o massacre de Srebrenica em 1995, onde mais de 8.000 homens e meninos muçulmanos foram assassinados por forças sérvias.
Cidades foram sitiadas, como Sarajevo, que suportou o cerco mais longo da história moderna (1992-1996), com civis enfrentando bombardeios, fome e snipers.
Intervenção Internacional e Fim da Guerra
A comunidade internacional, inicialmente relutante em intervir, acabou por se envolver, com a OTAN realizando ataques aéreos contra posições sérvias em 1995. A pressão internacional levou à assinatura do Acordo de Dayton em dezembro de 1995, que pôs fim ao conflito.
Consequências
O acordo de paz de Dayton criou um país dividido em duas entidades semi-autônomas: a República Sérvia (Republika Srpska) e a Federação da Bósnia e Herzegovina, com um frágil governo central. A guerra deixou cerca de 100.000 mortos e milhões de deslocados, com cicatrizes profundas na sociedade bósnia.
A Guerra da Bósnia permanece um evento marcante na história europeia, lembrado pelas atrocidades cometidas e pelos desafios de reconstrução e reconciliação que ainda persistem na região.
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