Guerra do Iraque
A Guerra do Iraque, também conhecida como Segunda Guerra do Golfo, foi um conflito militar que ocorreu de 2003 a 2011. Ela começou em 20 de março de 2003, com a invasão do Iraque por uma coalizão liderada pelos Estados Unidos, com o apoio do Reino Unido, Austrália, Polônia e outros países.
Contexto e Causas
- Armas de Destruição em Massa (ADM): Uma das principais justificativas para a invasão foi a alegação de que o regime iraquiano, liderado por Saddam Hussein, possuía armas de destruição em massa (ADM) e representava uma ameaça iminente. Essas alegações foram baseadas em relatórios de inteligência que, posteriormente, foram amplamente questionados e considerados falsos.
- Ligações com o Terrorismo: Os EUA também alegaram que o Iraque tinha ligações com grupos terroristas, incluindo a Al-Qaeda, embora não houvesse evidências sólidas para essa conexão.
- Mudança de Regime: O governo dos EUA, sob o presidente George W. Bush, também defendia a remoção de Saddam Hussein do poder como uma forma de promover a democracia no Oriente Médio.
A Invasão
- Operação Iraqi Freedom: A invasão começou com uma campanha massiva de bombardeios aéreos, seguida por uma rápida invasão terrestre. As forças da coalizão rapidamente tomaram o controle de Bagdá, e o governo de Saddam Hussein foi derrubado em menos de um mês.
- Queda de Saddam Hussein: Em 9 de abril de 2003, a capital Bagdá caiu, e a estátua de Saddam Hussein foi derrubada na Praça Firdos, simbolizando o fim de seu regime. Saddam foi capturado em dezembro de 2003 e posteriormente julgado e executado em 2006.
Ocupação e Insurgência
Após a queda de Saddam, o Iraque entrou em um período de ocupação militar liderada pelos EUA, durante o qual o país enfrentou uma insurgência violenta. Grupos de insurgentes, incluindo ex-membros do Partido Baath de Saddam, militantes islamistas e grupos tribais, começaram a resistir à presença estrangeira e ao novo governo iraquiano.
- Conflitos Sectários: O Iraque também experimentou um aumento dos conflitos sectários entre as comunidades xiitas, sunitas e curdas. A violência sectária atingiu seu pico em 2006-2007, resultando em milhares de mortes.
- Al-Qaeda no Iraque: A insurgência viu o surgimento de grupos extremistas, como a Al-Qaeda no Iraque, que mais tarde evoluiu para o Estado Islâmico (ISIS/ISIL).
O Papel dos EUA e da Coalizão
Durante a ocupação, os EUA e seus aliados tentaram estabilizar o Iraque, reconstruir suas infraestruturas e instituir um governo democrático. No entanto, a falta de segurança, a corrupção e as tensões étnico-sectárias dificultaram esses esforços.
- Surge de 2007: Em 2007, os EUA implementaram uma nova estratégia, conhecida como “surge”, que envolvia o envio de mais tropas para tentar conter a violência e estabilizar o país. Esta estratégia teve algum sucesso em reduzir a violência, mas não conseguiu resolver as questões políticas subjacentes.
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Retirada das Tropas
- Acordo de Status de Forças (SOFA): Em 2008, o governo iraquiano e os EUA assinaram um acordo que estabelecia um cronograma para a retirada das tropas americanas do Iraque.
- Retirada em 2011: Em 18 de dezembro de 2011, as últimas tropas de combate dos EUA deixaram o Iraque, marcando o fim oficial da guerra.
Consequências
- Impacto Humano: A guerra resultou em centenas de milhares de mortes, incluindo civis iraquianos, insurgentes e soldados da coalizão. A infraestrutura do Iraque foi severamente danificada, e milhões de iraquianos foram deslocados.
- Impacto Político: O Iraque emergiu da guerra como um país profundamente dividido, com um governo frágil e contínuos desafios de segurança. O conflito sectário continuou a assolar o país por muitos anos.
- Ascensão do Estado Islâmico: O vácuo de poder deixado pela guerra e a retirada das tropas dos EUA contribuíram para a ascensão do Estado Islâmico (ISIS), que capturou grandes áreas do Iraque e da Síria em 2014, desencadeando uma nova onda de violência na região.
- Impacto Global: A guerra teve repercussões globais, incluindo tensões nas relações internacionais, críticas à política externa dos EUA e debates sobre o uso da força militar para mudanças de regime.
Legado
A Guerra do Iraque continua a ser um tema controverso, com debates sobre sua justificação, execução e as consequências a longo prazo tanto para o Iraque quanto para o mundo. Ela é frequentemente citada como um exemplo de intervenção militar que teve consequências imprevistas e duradouras.
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